Muitas pessoas que sofrem com problemas alérgicos acabam se acostumando a conviver com o nariz entupido, coceira ou dermatites. Mas existe um tratamento muito eficaz que pode diminuir drasticamente os sintomas de diversas doenças alérgicas. Esse tratamento se chama imunoterapia. Por isso, entenda mais sobre imunoterapia lendo este artigo.
Mas o que é imunoterapia?
A imunoterapia é um tratamento que visa diminuir a sensibilidade dos alérgicos em relação à substância causadora da alergia, ou seja, o alérgeno. Desse modo, utiliza-se a própria substância para aplicação de vacinas periódicas de maneira que o próprio organismo vai reagindo e regulando a produção de anticorpos. Assim, ao aumentar, semana a semana, a concentração do imunizante, aumenta também a imunidade do paciente em relação ao alérgeno.
Quais alergias podem ser tratadas com imunoterapia?
As vacinas para alergia são recomendadas para diversas doenças onde o mecanismo alérgico é uma reação do tipo imediata, também conhecida como uma reação mediada por IgE (classe de anticorpos responsável por reações alérgicas). Nesses casos, a reação ao alérgeno se dá poucos minutos após o contato direto com a substância.
Para reações alérgicas que não são mediadas por IgE, o tratamento com vacinas não é recomendado.
As principais doenças em que podemos indicar a imunoterapia são:
Asma alérgica;
Rinite alérgica;
Alergia ocular (conjuntivite alérgica);
Alergia a picadas de inseto;
Alergias de pele, como a dermatite atópica.
E quanto tempo leva o tratamento?
Tradicionalmente realiza-se a imunoterapia com vacinas para alergia em duas etapas.
Assim, na primeira etapa aplica-se semanalmente e depois quinzenalmente, por injeção subcutânea ou via sublingual, doses diluídas e crescentes do substrato com o alérgeno adequado, até atingir determinada concentração e volume.
Na segunda etapa realiza-se a fase de manutenção, onde aplica-se mensalmente a dose máxima atingida na primeira etapa do processo.
O tempo de duração do tratamento varia. Tradicionalmente dura em torno de 3 a 4 anos para alérgicos a substâncias inalatórias (como pó, ácaro e mofo) e em torno de 5 anos para o tratamento em alérgicos a picadas de inseto.
E para quem não quiser fazer injeções, existe alguma alternativa?
Sim, existe! As vacinas sublinguais em gotas são uma ótima alternativa para o tratamento de asma alérgica, rinite alérgica e dermatite atópica. Dessa forma, você pode administrar esse tipo de vacina na sua própria casa, sem precisar do auxílio de médico ou enfermeiro e são muito eficazes no tratamento para alérgicos a pólen, ácaro e poeira domiciliar. Portanto, trata-se de uma boa alternativa para os que tem medo da picada de agulha.
Existe risco de alguma reação?
As reações são raras, mas podem ocorrer. O risco de reações locais para imunoterapia com aplicações subcutâneas é de 0,7% a 4% das aplicações. O risco de reações sistêmicas é ainda menor, fica entre 0,06% e 1% das aplicações.
As reações sistêmicas podem ser leves, como urticária, rinite e conjuntivite; moderadas, como crise de asma ou alterações gastrointestinais; ou graves, como edema de glote e choque anafilático. Mas as reações graves são extremamente raras, estimadas em uma para um milhão de aplicações.
Na aplicação de vacinas sublinguais as reações são raras, a frequência global está estimada em 2,7 para cada 1000 doses aplicadas; as reações podem ser locais na mucosa oral ou sistêmicas, sendo que somente em 0,05% das vezes ocorrem reações sistêmicas.
Portanto, para saber se o tratamento de imunoterapia com vacinas para alergia é eficaz para sua situação, é necessário fazer uma avaliação com um médico alergista. Ele mapeará os alérgenos que são reagentes em você e irá indicar o tratamento correto.