A lavagem nasal feita com solução salina isotônica (soro fisiológico ou cloreto de sódio a 0,9%) é um procedimento sem contraindicações. Além disso, ela é barata, eficaz e pessoas de qualquer idade podem realizá-la.
Há mais de 5 mil anos a medicina tradicional indiana já praticava a lavagem nasal, descrevendo-a como um procedimento que proporcionava efeitos positivos na função respiratória, levando ao bem-estar físico e mental. Atualmente, essa prática é altamente incentivada pela medicina ocidental para o tratamento de inúmeras doenças das vias respiratórias.
Funcionamento do nariz
Para compreendermos a importância de lavar as narinas, primeiro devemos saber um pouco mais sobre o funcionamento do nariz e dos seios da face:
O nariz e os seios da face são superfícies extensas recobertas de mucosa, determinadas por saliências e curvas no crânio e ossos da face. Essas saliências e curvas são responsáveis pelo equilíbrio da temperatura e umidade do ar inspirado. Além disso, elas têm função olfatória e de “filtro” para o ar inspirado, atuando, também, na ressonância da voz.
Tais processos variam de acordo com mecanismos internos e em resposta a estímulos externos. No tecido respiratório, existem cílios microscópicos que se movimentam de maneira harmoniosa para eliminar, constantemente, o muco para fora dos seios.
Para que esse processo aconteça adequadamente, é preciso que as condições sejam boas para o funcionamento dos cílios, como:
Temperatura adequada (entre 18°C e 33°C);
pH próximo a 7.
Toxinas específicas, como as que são produzidas por bactérias ou inaladas, bem como uma variedade de viroses, levam à redução do batimento ciliar. Sendo assim, o comprometimento do movimento dos cílios e o acúmulo de secreções mais espessas que o normal, podem causar a instalação de processos infecciosos.
A importância da lavagem nasal
Por esse motivo, a realização da lavagem nasal é tão importante e necessária, uma vez que ela:
- Faz a limpeza do muco nasal;
- Diminui a inflamação local;
- Reduz as secreções purulentas;
- Diminui os restos de células e crostas;
- Melhora o funcionamento do sistema mucociliar como um todo.
- Ainda mais, pesquisas realizadas pelo grupo Cochrane em 2010, demonstraram que pacientes que realizavam a lavagem
- Nasal tiveram uma menor tendência a usar antibióticos. Já em 2012, a EPOS- European Position Paper On Rhinosinusitis And
- Nasal Polyps, deu à lavagem nasal o maior nível de recomendação no tratamento das rinossinusites.
Lavagem nasal em bebês e crianças
No caso da realização da lavagem nasal em bebês e crianças pequenas, podem surgir muitas dúvidas e inseguranças. Por isso, vamos dar algumas dicas para te ajudar a compreender melhor esse processo:
Sinta-se tranquilo para realizá-la: você pode iniciar com pequenas quantidades de soro fisiológico e com pouca pressão. Depois que estiver mais confiante e a criança mais acostumada, aumente o volume;
Prefira deixar a criança sentada ou em pé: as crianças têm a tuba auditiva (canal que liga o nariz à orelha média) mais curta e horizontal, o que pode causar refluxo de líquidos se elas estiverem deitadas;
Inclinar o corpo ligeiramente para frente, posicionar a seringa ou o aparelho adequado na entrada de uma narina, pressionar até que o soro saia pela outra narina;
Utilize o soro morno ou em temperatura ambiente: assim, é possível eliminar até as secreções mais espessas;
Peça para a criança segurar a respiração ou falar “ah” por alguns segundos: isso diminui o desconforto do líquido ir para a garganta.
Se ainda ficou com alguma dúvida sobre esse processo, entre em contato. Mas, não deixe de realizar a lavagem nasal em você e no seu filho!